IDADE ANTIGA

 EGITO


No processo de formação das primeiras civilizações, a região do Crescente Fértil foi um importante espaço, na qual a relação de dependência do homem em relação à natureza diminuía e vários grupos se sedentarizavam. A domesticação de animais, a invenção dos primeiros arados, a construção de canais de irrigação eram exemplos de que a agricultura viria a ocupar um novo lugar no cotidiano do homem. Mais do que isso, todo esse conhecimento foi responsável pela formação de amplas comunidades.

Entre todas essas civilizações, o Egito destacou-se pela organização de um forte Estado que comandou milhares de pessoas. Situada no nordeste da África, a civilização egípcia teve seu crescimento fortemente vinculado aos recursos hídricos fornecidos pelo Rio Nilo. Tomando conhecimento do sistema de cheias desse grande rio, os egípcios organizaram uma avançada atividade agrícola que garantiu o sustento de um grande número de pessoas.

Além dos fatores de ordem natural, devemos salientar que a presença de um Estado centralizado, comandado pela figura do Faraó, teve relevante importância na organização de um grande número de trabalhadores subordinados ao mando do governo. Funcionários eram utilizados na demarcação de terras e cada camponês era obrigado a reservar parte da produção para o Estado. Legumes, cevada, trigo, uva e papiro estavam entre as culturas mais comuns neste território.

Rio Nilo



O rio Nilo localiza-se no continente africano. Nasce na região central da África, no lago Vitória, atravessa região central e nordeste do continente e percorre três países africanos: Uganda, Sudão e Egito. Desemboca, em formato de delta, no Mar Mediterrâneo. O Nilo é o segundo rio mais extenso do mundo com 6.650 quilômetros. Vale lembrar que o rio Amazonas é o primeiro nesta categoria.



História do Nilo
A rio Nilo foi de extrema importância para o desenvolvimento da sociedade do Egito Antigo. Numa região desértica, o rio assumiu funções prioritárias na sociedade. Os egípcios usavam a água para beber, pescar e irrigar a agricultura (através de canais de irrigação). Após a cheia do rio, ficava nas margens um lodo fértil (húmus) que fertilizava o solo para o plantio. O rio era utilizado também como via de transporte de mercadorias e pessoas. 



Vídeo sobre a  Rio Nilo:


 
No decorrer de mais de três mil anos, o Egito passou por períodos de grande brilho, mas também de declínio e de oscilações políticas. A história egípcia costuma ser dividida em:

- Período pré-dinástico
- Período dinástico

Período pré-dinástico (5000 - 3200 a.C)

Desde 5000 a.C, o Egito era habitado por povos que viviam em clãs, chamados nomos. Estes nomos eram independentes uns dos outros, mas cooperavam entre si quando tinham problemas em comum. Essas relações evoluíram e levaram a formação de dois reinos independentes:

Reino do Baixo Egito --> união dos nomos do Norte
Reino do Alto Egito --> união dos nomos do Sul

Por volta de 3220 a.C., esses dois reinos foram unificados por Menés, que se tornou o primeiro faraó, o governante absoluto do Egito, considerado um verdadeiro Deus na Terra. O faraó usava uma coroa dupla para demonstrar que era o rei do Alto e Baixo Egito. Menés fundou, assim, a primeira dinastia de faraós, finalizando o período Pré-dinastico. 


Período dinástico (3200 - 1085 a.C)

Foi durante o período dinástico que se deu o crescimento territorial, econômico e militar do Egito. Este período é dividido em:

Antigo Império (3200 - 2423 a.C)

Durante o Antigo Império, os faraós conquistaram enormes poderes no campo religioso, militar e administrativo. Essa época foi conhecida como a época das pirâmides. O primeiro a criar uma pirâmide foi o rei Djezer e seu arquiteto Imhotep, em Sakara.

Mais tarde um outro faraó, Snefer, inspirado nessa pirâmide construiu três pirâmides, porque só a ultima tinha condições de abrigar a múmia do rei. O filho (Kufu ou Keops), o neto (Quefrem) e o bisneto (Mikerinos) de Snefer construíram as magníficas pirâmides de Gizé. A família da 5ª dinastia talvez tenha sido a família mais poderosa de toda a historia do Egito.

A sociedade era dividida em funcionários que auxiliavam o faraó e uma imensa legião de trabalhadores pobres, que se dedicavam à agricultura, ás construções e arcavam com pesados tributos. No Antigo Império, a capital do Egito foi, primeiro, a cidade de Tinis; depois, a de Mênfis. Por volta de 2400 a.C., O Império Egípcio foi abalado por uma série de revoltas lideradas pelos administradores de províncias. O objetivo destas era enfraquecer a autoridade do faraó. Com a autoridade enfraquecida, o poder do faraó declinou, a sociedade egípcia desorganizou-se e o Egito viveu um período de distúrbios e guerra civil.


Médio Império (2160 - 1730 a.C.)

Representantes da nobreza de Tebas conseguiram reunir forças para acabar com as revoltas que abalavam o Egito. Essa cidade acabou tornando-se a capital do Império Egípcio. Dela surgiram novos faraós que governaram o império nos séculos seguintes. Durante o Médio Império, o Egito atingiu certa estabilidade política, crescimento econômico e florescimento artístico. Isso impulsionou a ampliação das fronteiras, levando a conquista militar da Núbia. Por volta de 1750 a.C., o Egito foi invadido pelos hicsos (povo nômade vindo do Oriente Médio), que se mostraram superiores aos egípcios em termos de técnicas militares. Dessa forma os invasores conseguiram dominar a região norte do Egito e estabelecer a capital em Ávaris. Assim permaneceram por, aproximadamente, 170 anos.

Novo Império (1500 - 1085 a.C.)

Novamente a nobreza de Tebas reuniu forças e conseguiu expulsar os hicsos, restabelecendo a unidade política do Egito. Iniciou-se, então, o Novo Império. Usando técnicas militares aprendidas com os hicsos, os faraós organizaram exércitos permanentes, lançando-os em guerras de conquistas. Assim, invadiram territórios do Oriente Médio, dominando cidades como Jerusalém, Damasco, Assur e Babilônia. Os povos dominados eram obrigados a pagar tributos ao faraó em forma de ouro, escravos, alimentos, artesanato etc. Nessa época é que existiu os faraós mais famosos, como Hatchepsut, Akenaton, Ramsés - O Grande, entre outros. A Rainha Hatchepsut governou o Egito, mesmo sendo uma mulher, e não foi um mal governo: ela construiu maravilhosos monumentos que são muito conhecidos hoje em dia, mas depois de morta seu nome foi apagado. Os egípcios não gostava da idéia de terem sidos governados por uma mulher. Ramsés, O Grande além de ter sido um grande guerreiro foi um grande construtor, foi ele que construiu os templos em Abu Simbel, ele é até citado na bíblia, na historia de Moisés ele seria o faraó que se recusou a soltar o "povo de Moisés". Akenaton foi um grande revolucionário, ele implantou o monoteísmo, fazendo todos acreditarem apenas em Aton o deus Sol. Ele também mudou a capital do Egito de Tebas para El-amarna. Mas depois seu filho, Tutankamon voltou a antiga capital do Egito. Tutankamon se tornou famoso por sua tumba encontrada intacta. Ele tinha 9 anos quando virou faraó e morreu aos 18. 



A partir de 1167 a.C., o Império Egípcio foi agitado por revoltas populares, entrando em período de decadência. A maioria da população era sobrecarregada de impostos e afundava em crescente pobreza. Enquanto isso, o faraó e sua família, os chefes militares e os sacerdotes exibiam luxo, riqueza e poder.





Decadência do Egito

Depois do século XII a.C., o Egito foi sucessivamente invadido por diversos povos. Em 670 a.C., os assírios conquistaram o Egito, dominando-o por oito anos. Após liberta-se dos assírios, o Egito começou uma fase de recuperação econômica e brilho cultural conhecida com renascença saíta. Essa fase recebeu esse nome porque a recuperação egípcia foi impulsionada pelos soberanos da cidade de Sais. A prosperidade, porém, durou pouco. Em 525 a.C., os persas conquistaram o Egito. Quase dois séculos depois vieram os macedônicos, comandados por Alexandre Magno, e derrotaram os persas. Finalmente, retirando Cleópata do trono de faraó, o Egito foi dominado pelos romanos, que governaram por 600 anos, até a conquista Árabe.


Sociedade



A sociedade egípcia era hierárquica e de limitada mobilidade social. No alto da pirâmide, estava o faraó, que era considerado um deus vivo, depois vinham os nobres, os altos funcionários, os sacerdotes, os guerreiros, os escribas, os artesãos, os trabalhadores comuns, os camponeses, que eram a maioria da população, e os escravos.

Os camponeses tinham as piores condições, pois tinham uma dura fiscalização dos administradores. Os escravos egípcios eram frutos da captura nas guerras, do comércio, dos filhos dos escravos e como forma de tributos das regiões dominadas.



Quanto ao tratamento que lhes eram dados, variava muito. Os escravos domésticos, os artesões e os artistas recebiam um tratamento melhor do que os dados aos escravos que trabalhavam nas minas e pedreiras.



A mulher egípcia, comparada com a mulher das civilizações antigas, tinha uma boa situação. Tinha personalidade jurídica, podia adquirir propriedade, legar bens e fazer testamentos. Os egípcios valorizavam a família, daí o respeito e consideração por suas mães.


No casamento dos egípcios predominava a monogamia (ter uma mulher apenas), já o faraó tinha várias esposas, inclusive era comum haver a prática de endogamia (casar com alguém da sua família, como uma irmã, por exemplo).