sexta-feira, 22 de julho de 2011

Formação dos Estados Nacionais


No decorrer da Idade Média, a figura política do rei era bem distante daquela que usualmente costumamos imaginar. O poder local dos senhores feudais não se submetia a um conjunto de leis impostas pela autoridade real. Quando muito, um rei poderia ter influência política sobre os nobres que recebiam parte das terras de suas propriedades. No entanto, o reaquecimento das atividades comerciais, na Baixa idade Média, veio a transformar a importância política dos reis.

A autoridade monárquica se estendeu por todo um território definido por limites, traços culturais e lingüísticos que perfilavam a formação de um Estado Nacional. Para tanto, foi preciso superar os obstáculos impostos pelo particularismo e universalismo político que marcaram toda a Idade Média. O universalismo manifestava-se na ampla autoridade da Igreja, constituindo a posse sobre grandes extensões de terra e a imposição de leis e tributos próprios. Já o particularismo desenvolveu-se nos costumes políticos locais enraizados nos feudos e nas cidades comerciais.

Os comerciantes burgueses surgiram enquanto classe social interessada na formação de um regime político centralizado. As leis de caráter local, instituídas em cada um dos feudos, encareciam as atividades comerciais por meio da cobrança de impostos e pedágios que inflacionavam os custos de uma viagem comercial. Além disso, a falta de uma moeda padrão instituía uma enorme dificuldade no cálculo dos lucros e na cotação dos preços das mercadorias.

Além disso, a crise das relações servis causou um outro tipo de situação favorável à formação de um governo centralizado. Ameaçados por constantes revoltas – principalmente na Baixa Idade Média – e a queda da produção agrícola, os senhores feudais recorriam à autoridade real com o intuito de formar exércitos suficientemente preparados para conter as revoltas camponesas. Dessa maneira, a partir do século XI, observamos uma gradual elevação das atribuições políticas do rei.

Para convergir maiores poderes em mãos, o Estado monárquico buscou o controle sobre questões de ordem fiscal, jurídica e militar. Em outros termos, o rei deveria ter autoridade e legitimidade suficientes para criar leis, formar exércitos e decretar impostos. Com esses três mecanismos de ação, as monarquias foram se estabelecendo por meio de ações conjuntas que tinham o apoio tanto da burguesia comerciante, quanto da nobreza feudal.

Com o apoio dos comerciantes, os reis criaram exércitos mercenários que tinham caráter essencialmente temporário. Ao longo dos anos, a ajuda financeira dos comerciantes tratou de formar as milícias urbanas e as primeiras infantarias. Tal medida enfraqueceu a atuação dos cavaleiros que limitavam sua ação militar aos interesses de seu suserano. A formação de exércitos foi um passo importante para que os limites territoriais fossem fixados e para que fosse possível a imposição de uma autoridade de ordem nacional.

A partir de então, o rei acumulava poderes para instituir tributos que sustentariam o Estado e, ao mesmo tempo, regulamentaria os impostos a serem cobrados em seu território. Concomitantemente, as moedas ganhariam um padrão de valor, peso e medida capaz de calcular antecipadamente os ganhos obtidos com o comércio e a cobrança de impostos. A fixação de tais mudanças personalizou a supremacia política dos Estados europeus na figura individual de um rei.

Além de contar com o patrocínio da classe burguesa, a formação das monarquias absolutistas também contou com apoio de ordem intelectual e filosófica. Os pensadores políticos da renascença criaram importantes obras que refletiam sobre o papel a ser desempenhado pelo rei. No campo religioso, a aprovação das autoridades religiosas se mostrava importante para que os antigos servos agora se transformassem em súditos à autoridade de um rei.

 Monarquia Nacional Portuguesa



A instalação das monarquias espanhola e portuguesa é usualmente compreendida a partir das guerras que tentaram expulsar os muçulmanos da Península Ibérica. Desde o século VIII os árabes haviam dominado boa parte do território ibérico em função da expansão muçulmana ocorrida no final da Alta Idade Média. A partir do século XI, no contexto das Cruzadas, os reinos cristãos que dominavam a região norte formaram exércitos com o objetivo de reconquistar as terras dos chamados “infiéis”.

Os reinos de Leão, Castela, Navarra e Aragão juntaram forças para uma longa guerra que chegou ao fim somente no século XV. Nesse processo, os reinos participantes desta guerra buscaram o auxílio do nobre francês Henrique de Borgonha que, em troca, recebeu terras do chamado condado Portucalense e casou-se com Dona Teresa, filha ilegítima do rei de Leão. Após a morte de Henrique de Borgonha, seu filho, Afonso Henriques, lutou pela autonomia política do condado.
A partir desse momento, a primeira dinastia monárquica se consolidou no Condado Portucalense dando continuidade ao processo de expulsão dos muçulmanos. As terras conquistadas eram diretamente controladas pela autoridade do rei, que não concedia a posse hereditária dos feudos cedidos aos membros da nobreza. Paralelamente, a classe burguesa se consolidou pela importante posição geográfica na circulação de mercadorias entre o Mar Mediterrâneo e o Mar do Norte.

No ano de 1383, o trono português ficou sem herdeiros com a morte do rei Henrique I. Nesse momento, o reino de Castela tentou reivindicar o domínio das terras lusitanas apoiando o genro de Dom Fernando. Sentindo-se ameaçada, a burguesia lusitana empreendeu uma resistência ao processo de anexação de Portugal formando um exército próprio. Na batalha de Aljubarrota, os burgueses venceram os castelhanos e, assim, conduziram Dom João, mestre de Avis, ao trono português.

Essa luta – conhecida como Revolução de Avis – marcou a ascensão de uma nova dinastia comprometida com os interesses da burguesia lusitana. Com isso, o estado nacional português se fortaleceu com o franco desenvolvimento das atividades mercantis e a cobrança sistemática de impostos. Tal associação promoveu o pioneirismo português na expansão marítima que se deflagrou ao longo do século XV.

Monarquia Nacional Espanhola

 

A Península Ibérica, durante o século VIII, teve grande parte de seus territórios dominados pelos árabes que, inspirados pela jihad muçulmana, empreenderam a conquista de diversas localidades do Oriente e do Ocidente. Na porção centro-sul, os árabes consolidaram a formação do Califado de Córdoba, enquanto a região norte ficou sob controle dos reinos cristãos de Leão, Castela, Navarra, Aragão e o Condado de Barcelona.
Por volta do século XI, esses reinos católicos resolveram formar exércitos que – inspirados pelo movimento cruzadista – teriam a missão de expulsar os “infiéis” muçulmanos daquela região. A partir de então, a chamada Guerra de Reconquista se alongou até o século XV. Com o desenvolvimento desses conflitos, os diferentes reinos participantes do combate conseguiram reduzir a presença dos muçulmanos e conquistar novas terras que enriqueceram tais governos.

Durante essas guerras, os reinos ibéricos conseguiram a participação do francês Henrique de Borgonha, nobre que participou da guerra em troca do controle sob as terras do Condado Portucalense. Anos mais tarde, essa região deu origem à Monarquia Nacional Portuguesa. Já no século XV, a hegemonia dos reinos católicos era garantida pelo reino de Castela, que controlava a grande maioria das terras da Península Ibérica nesse período.

Em 1469, a presença muçulmana estava restrita ao Reino Mouro de Granada. Nesse mesmo ano, os territórios do Reino de Castela e Aragão foram unificados graças ao casamento entre os monarcas cristãos Isabel de Castela e Fernando de Aragão. Depois disso, novos exércitos foram responsáveis por expulsar os muçulmanos definitivamente com a tomada de Granada, no ano de 1492. A partir de então, esse reino passou a fortalecer-se com franco incentivo ao comércio marítimo.

Monarquia Nacional Francesa


Ao longo da Idade Média, o território francês sofreu com o processo de desfragmentação política motivado pelo surgimento do feudalismo. Somente no século XII, ainda durante a dinastia capetíngia, o processo de centralização política francês foi iniciado pelo rei Filipe II. Usando dos conflitos contra os ingleses pelo controle do norte da França, este monarca conseguiu formar um grande exército sustentado pelos impostos cobrados ao longo do território nacional.

A formação desse imponente exército e a vitória contra os ingleses permitiu a ampliação do poder político real. A partir de então, o rei francês criou um articulado corpo de funcionários públicos que deveriam impor a autoridade real em oposição aos senhores feudais. Paralelamente, a burguesia passou a ceder grandes quantias para que o rei garantisse a liberdade das cidades através de uma carta de franquia, documento concedido pelo próprio monarca que liberava os centros urbanos das taxações feudais.

Durante o governo do rei Luís IX, o poderio real foi ampliado com a criação de instituições jurídicas subordinadas às leis nacionais e a economia comercial se fortaleceu com a instituição de uma única moeda nacional. Tempos depois, no governo de Filipe IV, o Belo, a autoridade monárquica já era uma realidade presente. No ano de 1302, a assembléia dos Estados Gerais – composta pelo clero, a nobreza e os comerciantes – foi criada com o intuito de reafirmar a ação política do rei.

Através desse órgão, o rei Filipe IV conseguiu impor taxas sobre as propriedades da Igreja. A ação do monarca francês foi imediatamente repreendida pelo papa Bonifácio VIII, que ameaçou o rei de excomunhão. Com a morte do papa, Filipe IV interferiu para que o cardeal francês Clemente V fosse escolhido como papa e, além disso, forçou que a sede do Vaticano fosse transferida para a cidade de Avignon. Nas décadas seguintes, esse episódio marcou uma rixa entre o Estado francês e a Igreja conhecida como o “cativeiro de Avignon” ou “Cisma do Ocidente”.

A essa altura, a supremacia da autoridade monárquica francesa parecia não ter mais nenhum tipo de obstáculo. No entanto, as disputas fiscais e territoriais com a Inglaterra inseriram o Estado francês nos prolongados e penosos conflitos que marcaram a Guerra dos Cem Anos. Ao longo do século XIV, os gastos com a guerra e as conturbações sociais provenientes da Peste Negra e das revoltas camponesas abalaram a supremacia monárquica. Somente no século seguinte, uma série de levantes populares conseguiu interromper as seguidas vitórias dos britânicos na guerra.

Foi nesse contexto que surgiu a mítica figura de Joana D’Arc, uma humilde filha de camponeses que comandou diversas lutas contra a Inglaterra, alegando cumprir ordens divinas. Essas vitórias fortaleceram politicamente Carlos VII, que foi coroado como rei da França e reorganizou a reação militar contra os britânicos. Mesmo sendo queimada em 1430, acusada de heresia, os feitos heróicos de Joana serviram para que os franceses voltassem a se empenhar na luta.

No ano de 1453, o rei Carlos VII concluiu o processo de expulsão dos britânicos do território francês e passou a comandar com amplos poderes. Com o apoio dos grandes burgueses, centralizou o governo nacional, criou novos impostos e financiou a instituição de um exército permanente. A partir de então, a França tornou-se o exemplo máximo do absolutismo real europeu.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

GRANDES NAVEGAÇÕES


Usualmente, para compreendermos o advento das grandes navegações, fazemos uma associação entre o reavivamento comercial da Baixa Idade Média, a formação dos Estados Nacionais e a ascensão da burguesia para compreendermos tal experiência histórica. A primeira nação a reunir esse conjunto de características específicas foi Portugal, logo depois da Revolução de Avis.

Com essa revolução, ocorrida em 1385, Portugal promoveu uma associação entre sua nascente burguesia mercantil e o novo Estado Nacional ali consolidado. Desde o reino de Dom João I, Portugal sofreu um processo de uniformização tributário e monetário capaz de ampliar os negócios da burguesia e fortalecer economicamente a Coroa. Nessa época, as especiarias orientais eram de grande valia e procura no mercado Europeu. Desde o século XII, a entrada dos produtos orientais se dava pelo monopólio exercido pelos comerciantes italianos e árabes.


Visando superar a dependência para com esse dois atravessadores, Portugal promoveu esforços para criar uma rota que ligasse diretamente os comerciantes portugueses aos povos do Oriente. Dom Henrique (1394 – 1460), príncipe português, reuniu na cidade de Sagres vários navegantes, cartógrafos, marinheiros e cosmógrafos dispostos a desenvolver conhecimentos no campo marítimo. Objetivando contornar o continente africano, o século XV assistiu o desenvolvimento da expansão marítima de Portugal. No ano de 1435, um grupo de 2500 desembarcou nas Ilhas Canárias dando início à formação das primeiras colônias portuguesas.


Em seguida, os portugueses partiram ao Cabo do Bojador, no litoral africano, até então definido como um dos limites máximos do mundo conhecido. Em 1434, o navegador Gil Eanes, ultrapassou o cabo abrindo portas para a conquista lusitana sob o litoral africano. Depois de formar novos entrepostos pela Costa Africana, um novo limite viria a ser superado. Em 1488, Bartolomeu Dias chegou ao Cabo da Boa Esperança definindo mais nitidamente a possibilidade de uma rota para o Oriente. Dez anos mais tarde, o navegador Vasco da Gama chegou à cidade indiana de Calicute e voltou a Portugal com uma embarcação cheia de especiarias.

No meio tempo em que Portugal despontou em sua expansão marítima, a Espanha se envolveu no processo de expulsão dos mouros da Península Ibérica. O fim da chamada Guerra de Reconquista possibilitou a inserção dos espanhóis na corrida de expansão marítima. Atraídos pelo projeto do navegador genovês Cristóvão Colombo, a Espanha decidiu financiar a expedição do explorador italiano, em 1492. De acordo com o plano de Colombo, seria possível alcançar-se o Oriente navegando-se pelo Ocidente. Dessa aventura marítima, a Coroa Espanhola descobre o continente americano. A partir de então, a Espanha inaugurou uma nova área de exploração econômica.

Abrindo a rivalidade entre Portugal e Espanha, ambos os reinos buscaram assinar tratados definidores das regiões a serem por cada um deles. Em 1493, a Bula Intercoetera estabeleceu as terras a 100 léguas de Cabo Verde como região de posse portuguesa. No ano seguinte, Portugal solicitou o alargamento das fronteiras para 370 léguas de Cabo Verde. Essa revisão abre uma discussão sobre a possibilidade de navegadores portugueses já conhecerem terras ao sul do continente americano.
No ano de 1500, o navegante português Pedro Álvares Cabral anunciou a descoberta do Brasil. Com isso, os processos de exploração da América e a transferência do eixo econômico mundial iniciaram um novo período na economia mercantil européia. Ao longo do século XVI, outras nações, como Holanda, França e Inglaterra questionaram o monopólio ibérico realizando invasões ao continente americano e praticando a pirataria.

CRONOLOGIA  ( PORTUGAL E ESPANHA)
- Segunda década do século XV as ilhas do Atlântico (Açores, Madeira e Cabo Verde) foram ocupadas
 
- 1434 – os portugueses chegaram ao Cabo Bojador
 
- 1460 – nesse ano, já se realizava um lucrativo comércio de escravos (de Senegal até Serra Leoa)
 
- 1462 – Pedro Sintra descobriu o ouro da Guiné
 
- 1481 – decretado o monopólio régio (exclusividade da coroa) sobre a exploração colonial
 
- 1488 – Bartolomeu Dias contornou o Cabo da Boa Esperança
 
- Entre 1497 e 1498 – Vasco da Gama chegou a Calicute, nas Índias dando por encerrada a aventura marítima portuguesa.

-1492 – Colombo descobre a América

- 1594- Tratado de tordesilhas

- 1500 Pedro Alvares Cabral  chega ao território do Brasil


FRANÇA: Começou sua expansão ultramarina a partir de 1520. Os franceses exploraram a costa brasileira, saquearam o pau-brasil e tentaram, sem êxito, se estabelecer no Rio de Janeiro e no Maranhão. Também tomaram posse do Canadá e da Luisiana (sul dos EUA).

INGLATERRA: Por causa da Guerra das Duas Rosas (1455 – 1485) a Inglaterra também começou tarde sua aventura pelos mares.

HOLANDA: Os holandeses estabeleceram-se na Guiana, e em algumas ilhas do Caribe e na América do Norte onde fundaram Nova Amsterdã, que depois foi chamada de Nova Iorque. Promoveram, também, o tráfico de escravos negros.

CONSEQÜENCIAS DAS GRANDES NAVEGAÇÕES
- Sistema colonial português
- Dominação das civilizações asteca e inca pelos espanhóis
- Descoberta das minas de prata de Potosi (consideradas as maiores do mundo)
- Ampliação do comércio mundial
- Afluxo de metais preciosos
- Preparação das revoluções Comercial e Industrial


Vídeo sobre: Tratado de tordesilhas
Parte1

Parte 2

Parte 3

Parte4

Parte 5

Parte 6
 

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Reforma Protestante


Antecedentes

Em toda Idade Média, o grau de intervenção da Igreja era de grande abrangência. O grande número de terras em posse da Igreja concedia uma forte influência sobre as questões políticas e econômicas das monarquias e reinos da época. Além disso, as novas atividades vinculadas à burguesia, principalmente no que se refere à prática da usura (cobrança de juros sobre empréstimo), eram consideradas de natureza pecaminosa.

Sob outro aspecto, a grande prosperidade material da Igreja veio acompanhada de uma verdadeira crise de valores e princípios. O comércio de relíquias sagradas, a venda de títulos eclesiásticos e indulgências eram algumas das negociatas praticadas pelos representantes do clero. Além disso, várias denúncias sobre a quebra do celibato e a existência de prostíbulos para clérigos questionavam a hegemonia da Igreja.

No Renascimento, as críticas à Igreja se manifestavam em diversos meios. As obras de Erasmo de Roterdã, Thomas Morus, John Wyclif e João Huss continham severas críticas aos problemas anteriormente apontados. Dessa forma, a transformações que se seguiam na Idade Moderna trouxeram à tona a criação de instituições religiosas com uma diferente base doutrinária cristã. Entre essas novas instituições podemos destacar o Luteranismo, o Calvinismo e o Anglicanismo como exemplos das novas religiões protestantes surgidas no século XVI.

Martim Lutero
Quem foi Martinho Lutero?

Martinho Lutero era um monge Alemão, que lecionava Teologia e profundo conhecedor das escrituras, ou seja, da Bíblia. Vivia sob os dogmas da igreja católica por volta do séc. VI que cometia muitas irregularidades, tinha muitos problemas, abusando da boa fé dos homens daquele tempo. 

Uma das irregularidades amplamente difundida era a venda de indulgências. Prática usual entre os religiosos que vendiam benefícios ao crentes, tais como um lugar no céu. Um grande e lucrativo comercio. Lutero idealizou 95 teses onde condenava os abusos cometidos pela igreja e afixou na porta da catedral de wittenberg cidade onde vivia na Alemanha.

Lutero declarava que salvação dependia da sua fé e não das suas ações, das suas obras. O papa da época, a principio não imaginou nem Lutero o alcance que teria aquelas idéias revolucionárias que passaram a tomar corpo colocando por terra pensamentos difundidos pelos papas que tornavam os padres intermediários da salvação. 

Quando o Papa percebeu o estrago que Martinho estava fazendo nos entereces da igreja exigiu que Lutero se retratasse, voltando atrás no que estava afirmando. Como Martinho se recusou, foi excomungado, pelo Papa. 

Martinho se refugiou no castelo de Wartburg onde prossegue com seu intento traduzindo a bíblia para a língua Alemã, escrevendo vários panfletos divulgando suas idéias para toda Alemanha. Martinho recebe amplo apoio dos Príncipes alemães desejosos de se verem livres do domínio do Papa e do Imperador católico. Havia um grande enterece econômico por parte destes Príncipes que se encontravam dominados pela poderosa igreja.

A Alemanha era dividida em Principados. O apoio destes Príncipes foi fundamental para a vitória da reforma, e do luteranismo. As terras da igreja passaram a pertencer ao Estado. A pequena nobreza aproveitou o momento para tentar unificar a Alemanha. Os camponeses também aproveitaram a ocasião para se revoltarem. Nenhum destes movimentos obteve o apoio de Lutero devido a ser protegido dos príncipes sendo sustentado por eles. Ao contrario,condenou os revoltosos. Por ter se rebelado e não aceitar a imposição da religião católica estes príncipes foram os primeiros a serem chamados de protestantes

João Calvino

João Calvino (1509-1564) nasceu em Noyon, na Franca, país em que estudou Teologia e Direito. Influenciado pelo pregador Guilherme Farel, aderiu ás idéias protestantes. Quando, em 1534, as autoridades católicas francesas caçavam os suspeitos de heresias, Calvino fugiu para a Suíça, onde o movimento reformador já se desenvolvia, sob a liderança de Zwinglio (1484-1531).

Em suas pregações, Zwingho dava muita importância à crença na predestinação dos homens para a salvação, valorizando menos o aspecto da justificação pela fé. Homem prático e racionalista, Zwinglio conquistou o apoio da burguesia comercial da Suíça. Seu trabalho religioso preparou o caminho para que lá se desenvolvessem as idéias de João Calvino.


Em 1536, Calvino publicou sua principal obra, a Instrução da religião cristã crista, na qual afirmava que o ser humano estava predestinado, de modo absoluto a merecer o céu ou o inferno. Explicava que, por culpa de Adão, todos os homens já nasciam pecadores (pecado original), mas Deus tinha eleito algumas pessoas para serem salvas, enquanto outras seriam condenadas à maldição eterna.


Portanto nada que os homens pudessem fazer em vida poderia mudar-lhes o destino, previamente traçado. Mas a fé, existente em algumas pessoas, podia ser interpretada como um sinal de que elas pertenciam ao grupo dos eleitos por Deus à salvação. Tais pessoas, os eleitos, sentiriam dentro do coração um irresistível desejo de combater o mal do mundo, simplesmente para a glória de Deus. A prosperidade econômica de algumas pessoas, sua riqueza material, era interpretada pelos seguidores de Calvino como um sinal da salvação predestinada.


Em 1538, Calvino foi expulso da Suíça, devido a seus excessos de rigor e de autoritarismo. Entretanto conseguiu retornar em 1541 e consolidou seu poder na cidade de Genebra, tornando-se senhor absoluto do governo e da nova Igreja calvinista até o ano de 1561. Durante esse período, Genebra ficou submetida a um governo teocrático, que dirigia a sociedade misturando política e religião.


Entre os órgãos criados pelo governo calvinista destacava-se o Consistório, encarregado de vigiar e punir os cidadãos. O calvinismo condenava práticas corno o jogo, o culto a imagens de santos, a dança, o adultério. As penas impostas aos infratores eram geralmente duras e cruéis. Muitos foram condenados à morte, entre eles, o médico espanhol Miguel de Servet, queimado vivo por negar o pecado original.


Com base no calvinismo, criou-se um modelo de homem burguês que cultivava o trabalho, a religião, a poupança e o lucro máximo. Para esse homem calvinista, o sucesso econômico e a conquista de riquezas eram um sinal da predestinação divina. Essa ideologia foi bem recebido pela burguesia comercial por uma razão simples: a ganância do lucro era justificada pela ética religiosa calvinista.


Identificando-se com os valores da burguesia, o calvinismo espalhou-se por diversas regiões da Europa, como França, Inglaterra, Escócia e Holanda – países onde se expandia o capitalismo nascente
.

Rei Henrique
Henrique VIII (1509-1547), rei da Inglaterra, tinha sido um fiel aliado do papa, recebendo o título de defensor da Fé. Entretanto, urna série de questões políticas e econômicas o levaram a romper com a Igreja católica e a fundar urna Igreja nacional na Inglaterra, isto é, a Igreja anglicana.

Entre os principais fatores que provocaram a Reforma anglicana, destacam-se os seguintes:

- Fortalecimento da monarquia: a Igreja católica exercia grande influencia política na Inglaterra. Era dona de grande parte das terras e monopolizava o comércio de relíquias sagradas. Para fortalecer o poder da monarquia inglesa, Henrique VIII teria que reduzir a influência do papa dentro da Inglaterra.

- Posse das terras da Igreja: a nobreza capitalista inglesa queria apossar-se das terras e dos bens da Igreja. Para isso era preciso apoiar o rei, a fim de enfraquecer os poderes da Igreja católica.

- Recusa ao pedido de divórcio do rei Henrique VIII: casado com a princesa espanhola Catarina de Aragão, Henrique VIII teve com ela uma filha para sucedê-lo no trono. Entretanto o rei estava bastante descontente com seu casamento. Primeiro, devido à origem espanhola de sua esposa, já que a Espanha era inimiga da Inglaterra. Segundo, porque desejava um herdeiro masculino e pretendia casar-se com Ana Bolena. Assim, em 1529 pediu ao papa que anulasse seu matrimônio com Catarina de Aragão, mas seu pedido foi recusado. Apesar disso, Henrique VIII conseguiu que o alto clero inglês e o parlamento reconhecessem a validade de suas intenções. Em 1534, o parlamento inglês votou o Ato de Supremacia, pelo qual considerava Henrique VIII o chefe supremo da Igreja da Inglaterra. Criava-se a nova Igreja anglicana, mas nada foi modificado em termos de doutrina e culto em relação a católica.

Os ingleses, por juramento, deviam submeter-se ao rei da Inglaterra e não ao papa, caso contrário seriam excomungados e perseguidos pela justiça real. Houve pouca resistência, nela incluída a de Tomás Morus, (autor do livro Utopia), que foi decapitado.

Após a fundação da Igreja anglicana, surgiram, com os sucessores de Henrique VIII, urna série de lutas religiosas internas. Primeiro, no governo de Eduardo VI (1547-1553), tentou-se implantar o calvinismo no país. Depois, no governo de Maria Tudor (1553-1558), filha de Catarina de Aragão, houve a reação católica. Somente no reinado de Elizabete I (1558-1603) aconteceu a consolidação da Igreja anglicana, com a mistura de elementos do catolicismo e da doutrina protestante.

O calvinismo conseguiu, entretanto, grande número de adeptos entre a burguesia manufatureira. Foi entre os calvinistas que surgiram os grandes líderes da Revolução Inglesa do século XVII, revolução que rompeu de vez com que restava do sistema feudal na Inglaterra, promoveu o avanço do capitalismo.

Contra-Reforma

A Contra-Reforma, de modo geral, consistiu em um conjunto de medidas tomadas pela Igreja Católica com o surgimento das religiões protestantes. Longe de promover mudanças estruturais nas doutrinas e práticas do catolicismo, a Contra-Reforma estabeleceu um conjunto de medidas que atuou em duas vias: atuando contra outras denominações religiosas e promovendo meios de expansão da fé católica.

Uma das principais medidas tomadas foi a criação da Companhia de Jesus. Designados como um braço da Igreja, os jesuítas deveriam expandir o catolicismo ao redor do mundo. Contando com uma estrutura hierárquica rígida, os jesuítas foram os principais responsáveis pelo processo de catequização das populações dos continentes americano e asiático. Utilizando um sistema de rotinas e celebrações religiosas regulares, a Companhia de Jesus conseguiu converter um grande número de pessoas nos territórios coloniais europeus.

A Inquisição, instaurada pelo Tribunal do Santo Oficio, outra instituição eclesiástica criada na Contra-Reforma, teve como principal função combater o desvio dos fiéis católicos e a expansão de outras denominações religiosas. Além de perseguir protestantes, a Santa Inquisição também combateu judeus e islâmicos, que eram considerados pecadores e infiéis. Entre outras formas, a Inquisição atuava com a abertura de processos de investigação que acatavam denúncias contra hereges e praticantes de bruxaria. Caso fossem comprovadas as denúncias, o acusado era punido com sanções que iam desde o voto de silêncio até a morte na fogueira.

Em 1542, o Concílio de Trento, uma reunião dos principais líderes da Igreja organizada pelo papa Paulo III, selou o conjunto de medidas tomadas pela Contra-Reforma. No Concílio de Trento estabeleceu-se o princípio de infabilidade papal e a declaração do Índex, conjunto de livros proibidos pela Igreja. Além disso, a Vulgata foi estabelecida como versão oficial da Bíblia Sagrada, foi proibida a venda de indulgências e todas as doutrinas católicas foram reafirmadas. 

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Vídeo: Martin Lutero
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Fonte: 
http://www.grupoescolar.com/materia/a_reforma_anglicana.html

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Renascimento

O termo Renascimento é comumente aplicado à civilização européia que se desenvolveu entre 1300 e 1650.Os artistas e intelectuais deste movimento buscavam inspiração na antiga cultura greco-romana(é dessa inspiração que se atriui o nome renascimento). 

Ocorreram nesse período muitos progressos e incontáveis ralizações no campo das artes, da literatura e das ciências, que superaram a herança clássica.  Entre  os fatores que influenciaram o crescimento deste movimento destacan-se:

*Desenvolvimento da imprensa
O alemão Johann Gutenberg (1400-1468) desenvouveu o processo de imprenssão com tipos móveis de metais, o que representou um grande passo para a divulgação da literatura em maior escala. Através da publicação das obras, passaram a divulgar os ideais humanistas do renascimento.


*Mecenas
Algums pessoas  ricas estimularam e patrocinaram  o trabalho de artistas e intelectuais renascentistas. Entre essas pessoas, conhecidas como mecenas encotravam-se banqueiros, monarcas e papas.


O ideal do humanismo foi sem dúvida o móvel desse progresso e tornou-se o próprio espírito do Renascimento. Trata-se de uma volta deliberada, que propunha a ressurreição consciente (o re-nascimento) do passado, considerado agora como fonte de inspiração e modelo de civilização. Num sentido amplo, esse ideal pode ser entendido como a valorização do homem (Humanismo) e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural, conceitos que haviam impregnado a cultura da Idade Média. 

Essa valorização das ações humanas abriu um diálogo com a burguesia que floresceu desde a Baixa Idade Média. Suas ações pelo mundo, a circulação por diferentes espaços e seu ímpeto individualista ganharam atenção dos homens que viveram todo esse processo de transformação privilegiado pelo Renascimento. Ainda é interessante ressaltar que muitos burgueses, ao entusiasmarem-se com as temáticas do Renascimento, financiavam muitos artistas e cientistas surgidos entre os séculos XIV e XVI.

A aproximação do Renascimento com a burguesia foi claramente percebida no interior das grandes cidades comerciais italianas do período. Gênova, Veneza, Milão, Florença e Roma eram grandes centros de comércio onde a intensa circulação de riquezas e idéias promoveram a ascensão de uma notória classe artística italiana. Até mesmo algumas famílias comerciantes da época, como os Médici e os Sforza, realizaram o mecenato, ou seja, o patrocínio às obras e estudos renascentistas. A profissionalização desses renascentistas foi responsável por um conjunto extenso de obras que acabou dividindo o movimento em três períodos: o Trecento, o Quatrocento e Cinquecento. Cada período abrangia respectivamente uma parte do período que vai do século XIV ao XVI.

ARQUITETURA
Na arquitetura renascentista, a ocupação do espaço pelo edifício baseia-se em relações matemáticas estabelecidas de tal forma que o observador possa compreender a lei que o organiza, de qualquer ponto em que se coloque.

Principais características:
 * Ordens Arquitetônicas
 * Arcos de Volta-Perfeita
 * Simplicidade na construção
 * A escultura e a pintura se desprendem da arquitetura e passam a ser autônomas
 * Construções; palácios, igrejas, vilas (casa de descanso fora da cidade), fortalezas (funções  militares)

O principal arquiteto renascentista:

Brunelleschi - é um exemplo de artista completo renascentista, pois foi pintor, escultor e arquiteto. Entre seus mais importantes trabalhos, estão cúpula da catedral de Florença e a Capela Pazzi.

Cúpula da catedral de Florença


PINTURA

Principais características:

* Perspectiva: arte de figura, no desenho ou pintura, as diversas distâncias e proporções que têm entre si os objetos vistos à distância, segundo os princípios da matemática e da geometria.
  
* Uso do claro-escuro: pintar algumas áreas iluminadas e outras na sombra, esse jogo de contrastes reforça a sugestão de volume dos corpos.

* Realismo: o artistas do Renascimento não vê mais o homem como simples observador do mundo que expressa a grandeza de Deus, mas como a expressão mais grandiosa do próprio Deus. E o mundo é pensado como uma realidade a ser compreendida cientificamente, e não apenas admirada.

* Inicia-se o uso da tela e da tinta à óleo.

Os principais pintores foram: 

Botticelli - os temas de seus quadros foram escolhidos segundo a possibilidade que lhe proporcionavam de expressar seu ideal de beleza. Para ele, a beleza estava associada ao ideal cristão. Por isso, as figuras humanas de seus quadros são belas porque manifestam a graça divina, e, ao mesmo tempo, melancólicas porque supõem que perderam esse dom de Deus.
Obras destacadas: A Primavera e O Nascimento de Vênus.
  
O Nascimento de Vênus.

  A Primavera 


Leonardo da Vinci - ele dominou com sabedoria um jogo expressivo de luz e sombra, gerador de uma atmosfera que parte da realidade mas estimula a imaginação do observador. Foi possuidor de um espírito versátil que o tornou capaz de pesquisar e realizar trabalhos em diversos campos do conhecimento humano.
Obras destacadas: A ultima ceia e Monalisa.

A última ceia

 Monalisa
 

Michelângelo  - entre 1508 e 1512 trabalhou na pintura do teto da Capela Sistina, no Vaticano. Para essa capela, concebeu e realizou grande número de cenas do Antigo Testamento. Dentre tantas que expressam a genialidade do artista, uma particularmente representativa é a criação do homem. 
Obras destacadas: Teto da Capela Sistina e a Sagrada Família

Teto da Capela Sistina
 Sagrada Família
Rafael - suas obras comunicam ao observador um sentimento de ordem e segurança, pois os elementos que compõem seus quadros são dispostos em espaços amplo, claros e de acordo com uma simetria equilibrada. Foi considerado grande pintor de “Madonas”.
Obras destacadas: A Escola de Atenas e Madona da Manhã.

A Escola de Atenas
Madona da Manhã

ESCULTURA
 
Com a volta dos papas da cidade de Avinhão para Roma, eles re-adquiriram seu prestígio, em meados do século XV, e deixam o palácio de Latrão e passam a residir no Vaticano. Sendo os papas protetores das artes, finciaram obras de grandes escultores onde se destacou Michelângelo, considerado o maior dos escultores da época. Algumas das obras deste grande artista são: Moisés, Davi (4,10m) e Pietá.
 

Principais Características:
 * Buscavam representar o homem de forma ideal (simétrica)
 * Proporção da figura mantendo a sua relação com a realidade
 * Profundidade e perspectiva
 * Estudo do corpo


Davi
 
Móises
 Pietá


Sobre Galileu Galilei:

Uma contribuição significativa as ciências foi dada pelo italiano Galileu Galilei, que  viveu entre 1564 e 1642. Ele se dedicou a física e a astronomia e foi responsavel por invenções como o teslescópio e o termômetro.
Aprofundando estudos de outros cientistas, Galileu Galilei comprovou a teoria do heliocêntrismo, segundo o gual a terra gira entorno do sol, sendo assim este o centro universo. O heliocêntrismo chocou-se com a teoria defendida até então pela igreja de que a terra era o centro do universo (geocêntrismo


Heliocêntrismo. (Galileu Galilei, teoria reascentista)


Geocêntrismo. ( teoria defendida pela a Igreja)


Video sobre: Galileu Galilei
Parte1
Parte2
Parte 3
Parte 4
Parte 5
Parte 6
Parte 7
Parte 8
Parte 9
Parte 10


Desenhos de anatomia:

Na busca dos ideais de beleza e de perfeição, muitos artistas dissecavam  cadáveres e estudavam sua anatomia, a fim de representar o corpo humano com o maior realismo possivel.

Leonardo Da Vinci:



 Percepção corporal

Video sobre: Leonardo da Vinci
 Parte1
 
Parte2

Parte 3

 Parte 4
 

FONTE: 
Navegando pela Historia, Silvia panazzo e Maria Luisa Vaz. 7°ano
história Global/ Brasil e Geral, Gilberto Cotrim, volume único
http://www.historiadaarte.com.br/renascimento.html
http://www.brasilescola.com/historiag/renascimento.htm